Make Me Cry

Rompimento e superação emocional em “Make Me Cry”

A música “Make Me Cry”, de Pip Millett, aborda o fim de um relacionamento e, principalmente, a luta da artista contra a depressão, como ela mesma revelou em entrevistas. O verso “Fuck you and your lies / And your last goodbyes” (“Vá se ferrar com suas mentiras / E seu último adeus”) pode ser interpretado tanto como um desabafo para um ex-parceiro quanto como uma mensagem direta à própria depressão, que insiste em voltar e manter a narradora presa em um ciclo de dor. O refrão, com “Should be happy on my own / And I / Don’t want to make you feel at home” (“Deveria estar feliz sozinha / E eu / Não quero que você se sinta em casa”), reforça o desejo de autonomia emocional e a decisão de não mais aceitar a tristeza como companhia constante, refletindo a fala de Millett sobre romper com a depressão.

A letra revela sentimentos de frustração, solidão e o forte desejo de liberdade, especialmente nos trechos “Be free / Someone took these chains off of me” (“Seja livre / Alguém tirou essas correntes de mim”) e “Let me be free” (“Deixe-me ser livre”). As “correntes” simbolizam o peso da depressão e de relações tóxicas, enquanto o ciclo repetitivo de sofrimento aparece em “Round and around / A vicious circle how can it be / That this feeling’s got a hold of me?” (“De novo e de novo / Um círculo vicioso, como pode ser / Que esse sentimento me domina?”). A influência do soul e do R&B, inspirada por artistas como Lauryn Hill e Joni Mitchell, se reflete na sinceridade e melancolia da composição, tornando “Make Me Cry” um retrato honesto da busca por autossuficiência e saúde mental.