O Arco e a Flecha
Poetas sem Nome
Ponto 1: nada selvagem ou manso me interrompe o pensar
Teu corpo n'água reflete vago peso de chumbo solto no ar
Quase me perco no mundo estranho às britadeiras malucas de aço
Silêncio e passos, veredas mostram sementes alertas ao mormaço
Tua semente no centro onde atravessam todos os feixes de luz
Um rio, um vento, teu rosto espalha clarões quando a matéria seduz
Ponto dois: que desconcerto sem ar corroi minha garganta burlada?
Quero calar mas digo, quero dizer e calo, total falência e ruído
Olho teus olhos, lembro do rosto do avô, rugas na pele curtida:
Benção meu vô, que estou pronto no espaço ao que mais vale na vida
Ponto 3: amores prontos vivem nos séculos proféticos;
guarde o arco e a flecha pois estamos no caminho das retas:
Fatais, são duas que chegam opostas para
cumprir as promessas frente a frente, metades prontas
no uno que o destino completa!
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