Empire

Crítica social e urbana em “Empire” do Queensrÿche

A música “Empire”, do Queensrÿche, faz uma crítica direta ao crescimento do tráfico de drogas e da violência urbana nos Estados Unidos, mostrando como esses problemas se tornaram um verdadeiro "império" dentro da sociedade. O trecho “Last night the word came down, ten dead in chinatown / Innocent, their only crime was being in the wrong place at the wrong time” (Ontem à noite chegou a notícia, dez mortos em Chinatown / Inocentes, seu único crime foi estar no lugar errado na hora errada) evidencia a banalização da violência e a sensação de impotência diante de crimes que atingem até mesmo pessoas inocentes. A letra vai além da denúncia do crime, criticando também o sistema capitalista, que perpetua a desigualdade social e cria um ambiente propício para o crescimento desse "império" das drogas.

A narrativa de Johnny, um jovem que abandona o trabalho honesto para vender drogas, mostra como a falta de oportunidades empurra muitos para o crime: “Gotta hustle if he wants an education / He's got a long way to go / Now he's out on the street all day / Selling crack to the people who pay” (Precisa se virar se quiser estudar / Ele tem um longo caminho pela frente / Agora está nas ruas o dia todo / Vendendo crack para quem paga). A música também aborda o racismo estrutural e a autodestruição social, como em “Black man, trapped again. Hold his chain in his hand / Brother killing brother for the profit of another” (Homem negro, preso de novo. Segura sua corrente na mão / Irmão matando irmão pelo lucro de outro). O uso da palavra “empire” reforça a ideia de que o tráfico de drogas se tornou uma instituição poderosa, sustentada por interesses econômicos e políticos. O trecho falado sobre os gastos do governo americano com segurança pública, em comparação com defesa e exploração espacial, destaca a crítica à falta de prioridade no combate ao crime. Assim, “Empire” se consolida como um alerta sobre as consequências das falhas e desigualdades sociais.