IGUALES

Crítica irônica aos estereótipos masculinos em “IGUALES”

Em “IGUALES”, Quevedo utiliza a ironia para expor e criticar os clichês do comportamento masculino moderno. Ao repetir frases como “to' los hombres somo' iguale', solo queremo' montar un McLaren, dinero, mujere' y abdominale'” (todos os homens somos iguais, só queremos dirigir um McLaren, dinheiro, mulheres e abdômens definidos), o artista transforma o estereótipo do homem obcecado por status, carros, dinheiro e aparência em uma caricatura. Essa abordagem evidencia o vazio dessas prioridades e satiriza a superficialidade de certos comportamentos. Quevedo revelou que a música surgiu como resposta ao rótulo de “heterobásico” que recebeu nas redes sociais, o que motivou a construção de uma letra que brinca com a ideia de que todos os homens seriam iguais e previsíveis.

A letra mistura confissões de irresponsabilidade afetiva, como “soy un perro, siempre ando de cacería” (sou um cachorro, estou sempre à caça), e desinteresse emocional, além de um certo orgulho em ser “problemático” e “hetero básico”. O tom direto e descontraído, presente em versos como “no sé ni qué estoy diciendo, es que ni yo me entiendo, ma, no me hagas caso” (não sei nem o que estou dizendo, nem eu me entendo, mãe, não ligue para mim), reforça a intenção de não se levar a sério, ao mesmo tempo em que critica a falta de autocrítica de muitos homens. O refrão “no te culpe', papi, también ere' así” (não se culpe, cara, você também é assim) amplia a ironia, sugerindo que esse padrão é tão comum que virou desculpa coletiva. No fim, “IGUALES” funciona como um espelho distorcido, provocando reflexão sobre comportamentos masculinos e deixando claro que a intenção é questionar, não glorificar, esses estereótipos.