Undead Alice

Relação tóxica e dependência emocional em “Undead Alice”

“Undead Alice”, de Rachie, é uma música que explora a dinâmica de um relacionamento marcado por exaustão emocional, dependência e ambivalência. O título faz referência a um amor que, embora já tenha perdido sua essência, continua existindo de forma quase fantasmagórica, sustentado pela dor e pela incapacidade de rompimento. Isso fica claro em versos como “You wanna die, and yet you can’t, so why / Don’t you just feed on me so you can stay alive” (Você quer morrer, mas não consegue, então por que / Não se alimenta de mim para continuar vivo?), mostrando como ambos se mantêm presos ao sofrimento compartilhado, sem conseguir se libertar.

A letra adota um tom sombrio e irônico, especialmente ao abordar autossabotagem e o desejo de fuga. Em “Lately I’ve been hating all these butterflies / So I'm asking you nicely to die / Before I kill you myself” (Ultimamente tenho odiado todas essas borboletas / Então estou te pedindo educadamente para morrer / Antes que eu mesma te mate), a tradicional metáfora das borboletas no estômago é invertida para expressar repulsa ao ciclo de emoções negativas. O refrão “This love is weak, so let’s just bury it deep / Forget it happened, laugh and stop, we’re getting too deep” (Esse amor é fraco, então vamos apenas enterrá-lo fundo / Esquecer que aconteceu, rir e parar, estamos indo fundo demais) reforça a ideia de que o relacionamento se tornou insustentável e que a melhor saída seria deixá-lo para trás. Ao longo da música, a repetição de “For your smile that’s vanishing / Undead, dear Alice darling” (Pelo seu sorriso que está desaparecendo / Zumbi, querida Alice) simboliza a perda da alegria e vitalidade, enquanto versos como “It’s way too easy to hate, you see / You weigh me down with love, but that’s the way we’ll always be” (É muito fácil odiar, sabe / Você me sobrecarrega com amor, mas é assim que sempre seremos) mostram a resignação diante de um ciclo de dor e apego. “Undead Alice” se destaca como uma alegoria sobre relações que sobrevivem apenas pelo hábito e pelo sofrimento mútuo.