Caboc’la
Raimundo Ramos
Ninguém me vence em beleza
Pois sou formosa também
Sem possuir a riqueza
Que a moça da praça tem
Não invejo os requintes da moda
Fantasias que instantes desfaz
É bastante a beleza
É bastante a beleza
De meus dotes naturais
Nenhuma rica da praça
Em volta da fantasia
Tem mais beleza, mais graça
Mais meiguice e poesia!
Eu sou pobre, não tenho essas sedas
Nem brilhantes, nem roupas ou corais
Tenho só a beleza
Tenho só a beleza
De meus dotes naturais
As brancas de mim não gostam
Só me olham com desdém
Eu nem lhes presto atenção
E creio que faço bem
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