Tattoo

A dualidade da identidade e permanência em “Tattoo”

A música “Tattoo”, do Rammstein, aborda de forma direta como a tatuagem se transforma em parte da identidade, tornando a pele um espaço onde histórias e sentimentos são registrados para sempre. O trecho “Ich trage einen Brief an mir / Die Worte brennen auf dem Papier / Das Papier ist me-meine Haut” (“Eu carrego uma carta em mim / As palavras queimam no papel / O papel é a minha pele”) mostra que cada tatuagem é uma mensagem pessoal, marcada de forma permanente no corpo. A letra também destaca a relação entre dor e beleza, como em “Wenn das Blut die Tinte küsst / Wenn der Schmerz das Fleisch umarmt” (“Quando o sangue beija a tinta / Quando a dor abraça a carne”), ressaltando que o sofrimento faz parte do processo e contribui para a autenticidade dessas marcas.

A canção faz referência à prática de tatuar nomes de pessoas queridas, como em “Deinen Namen stech' ich mir / Dann bist du für immer hier” (“Eu tatuo seu nome em mim / Então você estará aqui para sempre”), sugerindo o desejo de permanência e conexão emocional. No entanto, a ironia aparece em “Aber wenn du uns entzweist / Such' ich mir jemand, der genauso heißt” (“Mas se você nos separar / Eu procuro alguém com o mesmo nome”), mostrando que até o que parece eterno pode ser substituído. A música utiliza provérbios e expressões alemãs para reforçar essa dualidade, como em “Wer schön sein muss, der will auch leiden / Und selbst der Tod kann uns nicht scheiden” (“Quem quer ser belo, também quer sofrer / E nem a morte pode nos separar”), ligando beleza ao sofrimento e a tatuagem à ideia de algo que nem a morte apaga. Assim, “Tattoo” explora a tatuagem como arte, memória e símbolo das contradições humanas.