Um Novo Tom (part. Péricles e AJULIACOSTA)

Resistência e esperança em "Um Novo Tom (part. Péricles e AJULIACOSTA)"

"Um Novo Tom (part. Péricles e AJULIACOSTA)", de Rashid, destaca-se por transformar as dificuldades do cotidiano da periferia em poesia direta e sensível, sem idealizar a realidade. Logo no início, versos como “Eu fiz uma promessa / De mãos vazias, eu não posso voltar, não” mostram o peso do compromisso com a própria trajetória e a determinação de não desistir diante dos desafios. A música aborda de forma clara a relação complexa com o dinheiro, um tema recorrente para quem vive à margem. Rashid expõe esse dilema em versos como “Só não quer melhor a quem nasceu melhor” e “Escrevi até que entre a grana e eu rolasse uma química”, mostrando como o dinheiro pode ser tanto um incentivo quanto uma barreira, e como a criatividade surge da necessidade.

A participação de Ajuliacosta traz uma perspectiva feminina e periférica, ampliando o alcance da mensagem. Em versos como “Dentro de mim existe a vontade de ter tudo que eu não tive / Cê não entenderia” e “Assim que uma guerreira se levanta / Inconformada com tudo, querendo mudar o mundo de fato”, ela reforça o desejo de superação e a recusa em aceitar a conformidade. Ao unir as vozes de Rashid, Péricles e Ajuliacosta, a música constrói um retrato coletivo da periferia, onde fé, luta e esperança se misturam. O refrão, repetido como um mantra, destaca a resiliência de quem enfrenta adversidades diárias, enquanto o arranjo musical, com influências de soul e blues, reforça a força e a melancolia dessa jornada. "Um Novo Tom" se consolida como um hino de resistência e autoconhecimento.