Drive

Crítica à juventude e autonomia em "Drive" do R.E.M.

"Drive", do R.E.M., traz uma crítica política sutil logo nos primeiros versos, especialmente em “Smack, crack, bushwhacked” (porrada, crack, emboscado), que faz referência direta ao presidente George H.W. Bush. Ao misturar temas de drogas e violência, a banda critica o governo da época e o contexto social dos anos 1990. Esse tom contestador se conecta ao envolvimento de Michael Stipe em campanhas para incentivar o voto dos jovens, reforçando a ideia de que a música é um chamado à autonomia e responsabilidade da nova geração.

A repetição de frases como “Hey kids, rock and roll! Nobody tells you where to go, baby” (“Ei, galera, rock and roll! Ninguém diz para onde vocês devem ir, baby”) e “Nobody tells you what to do, baby” (“Ninguém diz o que você deve fazer, baby”) destaca o espírito de rebeldia e liberdade, incentivando os jovens a tomarem suas próprias decisões. A música também faz referência à canção “Rock On”, de David Essex, e à banda Pylon, mostrando como o R.E.M. dialoga com a tradição do rock enquanto questiona a passividade e a falta de direção. Metáforas como “Maybe I drive to get off, baby” (“Talvez eu dirija para me sentir melhor, baby”) podem ser interpretadas como busca por prazer, independência ou fuga das pressões sociais e políticas. O arranjo de cordas de John Paul Jones cria uma atmosfera reflexiva e urgente, sugerindo que o tempo está passando (“tick-tock, tick-tock”) e que é preciso agir. Assim, "Drive" convida cada um a assumir o controle do próprio caminho, sem se deixar manipular por autoridades ou convenções.