Sengoku (remix)

Dilemas de poder e justiça em "Sengoku (remix)" de Rodrigo Zin

Em "Sengoku (remix)", Rodrigo Zin explora os conflitos internos do personagem Sengoku, de "One Piece", destacando o peso das decisões de um líder diante de um sistema corrompido. O verso “Difícil manter justiça / Enquanto houver lá em cima / Um seleto grupo que ainda / Acha que é Deus” faz referência direta aos Tenryubitos, a elite opressora do universo do anime, e evidencia o dilema entre a justiça imposta pelas instituições e a justiça verdadeira. Zin utiliza a figura do Buda, ligada ao poder de Sengoku de se transformar em um Buda dourado gigante, para questionar o significado de iluminação e liberdade, especialmente ao perguntar: “Se ser Buda é ser livre / Que Buda eu sou então?”.

A música aprofunda o tema do sacrifício e da culpa, mostrando Sengoku dividido entre o dever e as consequências de suas ações: “Destruí ilhas inteiras / Pela paz que me fez cego / Pela paz ou puro ego?”. Aqui, Zin discute a linha tênue entre agir pelo bem maior e ser guiado pelo orgulho, um conflito central para o personagem, que acaba renunciando ao cargo de Almirante. O trecho “Meu erro: Proteger os deuses. Condenei os meus / Um Buda vai contra um Deus se este destruir os céus” reforça a crítica à corrupção e à hipocrisia das instituições. A repetição de “Guerra! Onde o amor não pode ser ouvido” resume o ambiente de violência e a ausência de compaixão que marcam a trajetória de Sengoku. Rodrigo Zin, ao dar voz ao personagem, revela suas contradições e humaniza o peso da liderança em um mundo injusto.