Tambor de Couro
Ronaldo Silva
Pro João Gomes eu mandei um verso antigo
Dizendo poeta é como chama acende a lamparina
No calendário das luzes outro azul que me ilumina
No ver da gilva eu vi você saindo, eu vi você sumindo
Pro iriri de vez
De madrugada canta o galo anunciando que o dia já vem raiando
E tá na hora de acordar
Parece a força da maré numa reponta
Parece um rasgo na campina do encantado
Parece o cabo da viola pontiando na mesma jura
Aquele anel dedilha o aço
Levanto macho e vou cantar pra ilha escura
Vou fazer procura, vou fazer bumbá
Bumbando o norte do capim, na água grande, nas cores na violeta
Que o Sol vem alumiar
Eu canto e meu tambor de couro alucina
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