BULERÍAS

Afirmação de identidade e tradição em “BULERÍAS” de ROSALÍA

Em “BULERÍAS”, ROSALÍA reafirma sua identidade artística ao recusar padrões impostos e valorizar sua autenticidade. Isso fica claro quando ela canta: “igual de cantaora con un chándal de Versace que vest'ita de bailaora” (“sou tão cantora com um agasalho da Versace quanto vestida de bailarina de flamenco”). O verso resume o conceito central da música: a essência artística não depende da aparência, mas do compromisso com a própria verdade. Essa postura é uma resposta direta às críticas e pressões do cenário musical, mostrando que sua ligação com o flamenco e a música permanece firme, independentemente das circunstâncias externas.

ROSALÍA também faz questão de homenagear suas raízes flamencas ao citar nomes como Manolo Caracol, José Mercé e Niña Pastori, posicionando-se como herdeira e inovadora desse legado. Ao se autodenominar “la Niña de Fuego”, ela se conecta à tradição, mas também dialoga com referências contemporâneas, como Lil’ Kim, Tego Calderón e M.I.A, mostrando abertura para novas influências. A música aborda ainda temas de resiliência e superação, como nos versos “de cada puñala'ita saco mi rabia” (“de cada facada tiro minha raiva”) e “yo me maté 24/7” (“eu me matei 24 horas por dia, 7 dias por semana”), revelando que ROSALÍA transforma críticas e dificuldades em força criativa. “BULERÍAS” é, assim, uma declaração de independência, respeito às origens e liberdade artística.