
Samba-Enredo 2024 - Hutukara
G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro (RJ)
Resistência e ancestralidade em “Samba-Enredo 2024 - Hutukara”
O samba-enredo “Samba-Enredo 2024 - Hutukara”, do G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro (RJ), destaca a luta e a resistência do povo Yanomami, colocando sua cosmologia e cultura no centro do Carnaval. O título “Hutukara” já indica essa valorização, pois remete ao conceito Yanomami de origem do mundo. A letra utiliza termos como “Omama”, “xapiri” e “yãkoana”, trazendo elementos autênticos da espiritualidade Yanomami e reforçando a legitimidade dessa cultura, em sintonia com a colaboração de Davi Kopenawa, importante liderança Yanomami e coautor do livro “A Queda do Céu”.
A música alterna entre a celebração da resistência indígena e a denúncia da exploração e do descaso histórico. Versos como “Eu aprendi o português, a língua do opressor / Pra te provar que meu penar também é sua dor” expõem a violência da colonização e a necessidade de dialogar com a sociedade dominante para denunciar injustiças. A crítica social se intensifica em “Falar de amor enquanto a mata chora / É luta sem flecha, da boca pra fora”, apontando a hipocrisia de discursos vazios diante da destruição da floresta. A menção a “Bruno e Dom” relembra o assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, simbolizando o perigo enfrentado por quem defende a Amazônia. O refrão “Meu Salgueiro é a flecha pelo povo da floresta / Pois a chance que nos resta é um Brasil cocar” transforma a escola de samba em instrumento de luta, sugerindo que a esperança está na valorização das raízes indígenas.
O samba também denuncia o racismo e o apagamento cultural, como em “Você diz lembrar do povo Yanomami / Em 19 de abril / Mas nem sabe o meu nome e sorriu da minha fome”, criticando a superficialidade das homenagens e a indiferença diante do sofrimento real. Ao final, a repetição de “Napê, nossa luta é sobreviver / Napê, não vamos nos render” reforça o tom de resistência e sobrevivência, mostrando o compromisso do Salgueiro em dar voz aos Yanomami e alertar para a urgência da preservação da Amazônia e dos povos originários.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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