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A Dualidade do Desejo e da Realidade em '01010010 01001100' de Scalene

A música '01010010 01001100' da banda Scalene explora a complexidade dos desejos humanos e a realidade muitas vezes decepcionante que os acompanha. A letra começa com uma metáfora poderosa: 'Eu queria cimento, não esperava por rocha lunar'. Aqui, o cimento representa algo sólido e confiável, enquanto a rocha lunar simboliza algo raro e inesperado. Essa dualidade inicial já prepara o ouvinte para uma reflexão sobre expectativas e realidades.

A letra continua a explorar a ideia de que os desejos individuais são frequentemente compartilhados por muitos, o que leva a uma sensação de que o que se possui nunca é realmente próprio. 'Se o que quero é o que querem, o que tenho não é meu, nem nunca foi, para partilhar'. Essa linha sugere uma crítica à sociedade de consumo e à falta de individualidade, onde os desejos são 'hackeados' e manipulados por forças externas. A vigilância e a falta de privacidade são temas recorrentes, como evidenciado na linha 'Vigilância cruel, escapar, zeros e uns soltos ao léu'.

A música também faz uma reflexão sobre a simplicidade da vida antes da era digital, 'Lembra da vida trivial?'. Essa nostalgia por tempos mais simples é contrastada com a complexidade e a vigilância da vida moderna. A 'distância de ser natural' e a lembrança de 'vida nascer/encher' evocam um desejo de retorno à autenticidade e à simplicidade. No final, a música deixa uma sensação de inquietação e questionamento sobre o que realmente é valioso e autêntico na vida moderna, marcada pela vigilância e pela manipulação dos desejos.