A Luz e a Sombra

Reflexão sobre identidade e renovação em “A Luz e a Sombra”

Em “A Luz e a Sombra”, da banda Scalene, o início da música já apresenta um clima de confusão e desorientação, com o eu lírico despertando “no chão” e cercado por incertezas. Esse cenário vai além do literal e sugere uma crise existencial, reforçada pelo contexto do álbum “Real/Surreal”, que explora temas densos e introspectivos. O verso “a humanidade é carvão em meu suor” usa uma metáfora para mostrar como o esforço individual parece se perder em meio ao desgaste coletivo, trazendo uma sensação de impotência diante da realidade.

A repetição de “Só eu sei o que será, de nossos sonhos” destaca a responsabilidade pessoal de reconstruir a própria trajetória, mesmo quando tudo parece perdido. O trecho “Desconstruí, nos renova” indica que, ao abandonar antigas certezas, é possível se renovar e se redescobrir. Ao caminhar “pelas ruas” e enxergar apenas “preto e cinza”, o narrador reforça o clima de desesperança, mas também aponta para a necessidade de “reinventar minha sombra”, ou seja, de se redefinir diante das mudanças. O questionamento “O que será real?” e a decisão de “eu mesmo definir qual devo eu acolher” mostram o processo de autodefinição e escolha consciente, temas centrais da música, que convida o ouvinte a assumir o controle da própria vida mesmo em meio ao caos.