Obscuro

Conflitos internos e empatia em “Obscuro” da Scalene

Em “Obscuro”, da Scalene, a repetição da frase “Quero ver seu corpo arder no escuro” destaca o desejo de expor sentimentos e dores que costumam ser escondidos. A música se conecta ao filme “Obscuro: Cortina de Fogo”, que aborda temas como depressão e ansiedade, mostrando como o sofrimento pode ser invisível para quem está de fora, mas intenso para quem o vive. O trecho “Ousou se habituar com a pena de estar no meio / Sonhou com a chave e agora que tem, sente medo” retrata o medo de mudar e de encarar a própria vulnerabilidade, algo comum na transição para a vida adulta, tema central do filme.

A letra também critica a hipocrisia e o julgamento, especialmente nos versos “Assistir você julgar nos outros / Tudo o que sabe que também é ao despir o ego / Do alto da torre de seus erros aponta aos berros / Ecos de sua hipocrisia”. Aqui, a banda mostra como é fácil projetar nos outros os próprios defeitos, reforçando que todos têm falhas e dores parecidas. O refrão “Olha o que fez / Enquanto eu sangrava / Ao chegar sua vez / Te encontro no abismo” sugere um ciclo de sofrimento compartilhado, onde a dor de um reflete na do outro. O questionamento final “Quem sangrou com você?” reforça a importância da empatia e da compreensão mútua diante das dificuldades emocionais.