Melancólicos Anónimos

Superação leve e bem-humorada em “Melancólicos Anónimos”

“Melancólicos Anónimos”, de Sebastián Yatra, aborda o sofrimento de um término amoroso de forma leve e bem-humorada, transformando a dor em uma espécie de sessão de terapia coletiva. Logo no início, a música utiliza o formato de grupo de apoio, com o número fictício “11-12-13-102” e frases como “Si estás triste, llámanos” (Se você está triste, ligue para nós), sugerindo que a tristeza após o fim de um relacionamento é tão comum que mereceria até uma linha de atendimento. O tom descontraído aparece em expressões como “mi vida es un meme” (minha vida é um meme) e na comparação “Parece que tengo COVID, porque na' me sabe, na' me huele” (Parece que estou com COVID, porque nada tem gosto, nada tem cheiro), trazendo ironia e atualidade para o vazio emocional do personagem.

O videoclipe reforça esse clima, mostrando Yatra em uma conversa com uma psicóloga, o que se reflete na letra, que simula diálogos terapêuticos e acompanha a evolução emocional do personagem: do sofrimento inicial à nostalgia e, por fim, à superação. A música brinca com a ideia de que “não há mal que cem anos dura” e que “a esto le llaman vivir” (a isso chamam de viver), normalizando o processo de dor e cura. O refrão “Recordaré to' lo que hicimos... Olvidaré su locura...” (Vou lembrar de tudo o que fizemos... Vou esquecer a loucura dela...) mostra o equilíbrio entre guardar boas lembranças e deixar para trás o que faz mal. O final bem-humorado, com o personagem conhecendo outra pessoa e “estreando coração”, reforça a mensagem de renovação e esperança, mantendo o tom leve e divertido da canção.