Mandrake e Os Cubanos

Explorando a Teatralidade e a Identidade em 'Mandrake e Os Cubanos' do Skank

A música 'Mandrake e Os Cubanos', da banda brasileira Skank, apresenta uma narrativa rica em imagens e referências que exploram temas de identidade, aparência e transformação. A letra começa com uma série de perguntas sobre a opinião de uma pessoa em relação a itens de vestuário que o narrador adquiriu, como um terno que lembra um fraque de Mandrake, meias de algodão e sapatos de couro de cascavel. Essas escolhas de vestuário não são apenas estéticas, mas carregam um peso simbólico, sugerindo uma tentativa do narrador de moldar sua identidade através de sua aparência.

O uso repetido de itens exóticos e a menção a Mandrake, um famoso mágico dos quadrinhos, reforçam a ideia de uma persona quase mágica que o narrador tenta criar. A inclusão de 'cubanos' e outros acessórios exóticos como peixes orientais e ervas naturais adiciona um elemento de mistério e aventura à sua persona. A música também brinca com a ideia de dualidade, como visto nas linhas 'Nem cult, nem cafajeste / Só lobo na Lua cheia', sugerindo uma complexidade na identidade do narrador que transcende categorizações simples.

Além disso, a repetição do refrão e a estrutura da música contribuem para um sentimento de ritual ou encenação, como se o narrador estivesse constantemente se preparando para um espetáculo ou uma performance. Isso pode ser visto como uma metáfora para a vida social, onde frequentemente nos 'vestimos' e nos comportamos de maneiras que acreditamos serem esperadas por outros, ou que nos ajudarão a nos encaixar ou a nos destacar.