Doce Monos

Viagem caótica e memórias em "Doce Monos" do Taburete

O título "Doce Monos" faz uma referência direta ao filme "Doze Macacos", sugerindo desde o início uma atmosfera caótica e cheia de situações surreais, onde realidade e memória se misturam. Essa inspiração aparece na letra, que funciona como um diário acelerado de uma turnê do Taburete pela América Latina. A música narra encontros inusitados, festas, excessos e confusões, sempre com um tom leve e bem-humorado.

A letra mistura cidades, personagens e situações absurdas, como "un tal fontanero borracho" (um tal encanador bêbado) no México, "pirula escondida" (pílula escondida) em Puebla e festas intermináveis em vários países. Expressões como "grapas pa'l pecho como un escarabajo" (grampos no peito como um besouro) e referências a comidas típicas, como "pastel de Choclo" e "ceviche que sabía a bizcocho" (ceviche que tinha gosto de bolo), reforçam o clima de aventura e desorientação. A menção a figuras como Charlie García e Bam Bam Zamorano conecta a experiência da banda à cultura local de cada país visitado. O tom descontraído e a sucessão de episódios quase surreais reforçam a ideia de que, assim como no filme, a percepção do tempo e da realidade é subjetiva e marcada pelo exagero das lembranças de viagem.

No final, ao voltar para Madrid, o narrador sente felicidade e entusiasmo, mas também um certo tédio diante da rotina, sugerindo que a verdadeira diversão está nas experiências fora do comum. "Doce Monos" celebra o caos, a amizade e a liberdade de uma vida em movimento, transformando o cansaço e os excessos da estrada em memórias divertidas e cheias de significado.