It Might Be Time

Reflexão sobre envelhecer e mudanças em “It Might Be Time”

Em “It Might Be Time”, Tame Impala, liderado por Kevin Parker, aborda de forma direta o desconforto com o passar dos anos e a autocrítica que surge ao perceber as mudanças inevitáveis da vida. O refrão, “It might be time to face it / You ain’t as young as you used to be” (“Talvez seja hora de encarar / Você não é tão jovem quanto costumava ser”), funciona como uma voz interna sarcástica, lembrando que a juventude e a sensação de ser "descolado" são passageiras. Parker já comentou em entrevistas que essa voz representa uma autocrítica incômoda, que pode aumentar a ansiedade diante do envelhecimento.

A música também fala sobre o sentimento de deslocamento ao ver amigos amadurecendo e seguindo outros caminhos, como no verso “All my friends are growing up, and moving on / I must be missing something” (“Todos os meus amigos estão crescendo e seguindo em frente / Devo estar perdendo alguma coisa”). A atmosfera nostálgica, marcada por referências sonoras dos anos 70 e sirenes sintetizadas, reforça a urgência e a inquietação do tema. Frases como “You won’t recover” (“Você não vai se recuperar”) e “They roll their eyes when you’re at the door” (“Eles reviram os olhos quando você chega”) evidenciam o medo de perder relevância e a dificuldade de aceitar o fim de certos ciclos. No fim, “It Might Be Time” propõe a aceitação: entender que tudo é passageiro pode ser doloroso, mas é essencial para seguir em frente.