Tempos de Praça

Memórias de um Soldado Gaúcho: A Nostalgia em 'Tempos de Praça'

A música 'Tempos de Praça', de Telmo de Lima Freitas, é uma ode nostálgica aos tempos de serviço militar na fronteira missioneira do Rio Grande do Sul. A letra é rica em detalhes que evocam a vida de um soldado da cavalaria, destacando a relação íntima entre o homem e seu cavalo, o sebruno. A canção começa com o eu lírico relembrando seu alistamento e a vida no quartel, situado no 'garrão da fronteira missioneira'. Essa expressão regionalista reforça a identidade cultural gaúcha e a conexão com a terra e suas tradições.

A narrativa segue com descrições vívidas das manobras militares e das façanhas realizadas pelo soldado e seu cavalo. A relação entre o soldado e o sebruno é quase simbiótica, com o cavalo sendo descrito como um 'reiúno' que acordava ao som do clarim e tinha 'alma de gaiteiro'. Essas metáforas enriquecem a letra, conferindo uma dimensão quase humana ao animal, que é visto como um verdadeiro companheiro de vida e batalhas. A música também menciona momentos de descontração, como quando o soldado se exibia para a filha do bolicheiro, mostrando um lado mais leve e humano da vida militar.

No final, a canção retorna ao presente, com o eu lírico voltando para São Borja e sentindo a presença espiritual dos cavalos que morreram. A despedida ao sebruno, com a esperança de reencontrá-lo 'nas fileiras lá do céu', encerra a música com um tom melancólico e reverente. Telmo de Lima Freitas, conhecido por suas composições que exaltam a cultura e a história gaúcha, utiliza 'Tempos de Praça' para celebrar a camaradagem, a bravura e a saudade, elementos intrínsecos à identidade do povo do Rio Grande do Sul.