Velho João
Telmo de Lima Freitas
Vem o barco clandestino
Já cruzando meio rio
Boca de noite calada
Estrelas mortas de frio
Os quero-quero do campo
Deram anúncio à cruzada
De repente, um tiroteio
Abriu clarão na picada
Aos gritos de esteje preso
Foi detida a embarcação
Guardas ficarão surpresos
Ao conhecer Velho João
De oitenta anos pescava
Nas águas mansas do rio
Pesqueiro não deu mais peixe
Depois que o velho sumiu
E a noite perdeu a fala
Estrelas mortas de frio
Ficou o barco clandestino
A pescar a meio rio
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