And Nothing Is Forever

Reflexão sobre impermanência e afeto em “And Nothing Is Forever”

Em “And Nothing Is Forever”, do The Cure, a repetição do verso “Promise you'll be with me in the end” (“Prometa que estará comigo no final”) destaca o desejo intenso de permanência diante da certeza de que tudo é passageiro. O próprio título já antecipa essa reflexão sobre a transitoriedade, e a letra reforça como, mesmo diante do fim inevitável, o anseio por conexão e por ser lembrado permanece como um ponto de apoio emocional. O contexto do álbum “Songs of a Lost World” e a atmosfera orquestral da faixa intensificam o sentimento de nostalgia e perda, temas recorrentes na trajetória da banda, mas aqui apresentados com uma maturidade marcada pelo tempo e pela experiência de vida.

A música explora a tensão entre o conforto das memórias e a dor da separação. Trechos como “Is the memory of the first time / In the stillness of a teardrop / I'll hold you for the last time / In the dying of the life” (“É a lembrança da primeira vez / No silêncio de uma lágrima / Vou te abraçar pela última vez / No fim da vida”) mostram como lembranças felizes se misturam ao sofrimento do adeus, sugerindo que o amor e a presença do outro sobrevivem apenas na memória. A frase “My world has grown old / And nothing is forever” (“Meu mundo envelheceu / E nada é para sempre”) resume o sentimento de resignação diante da passagem do tempo, mas também aponta para a esperança de que, mesmo com o fim, a promessa de estar junto até o último momento pode trazer sentido e conforto. O tom reflexivo e melancólico, aliado à instrumentação envolvente, transforma a canção em uma meditação sobre amor, perda e aceitação das mudanças inevitáveis.