O Rio aos Olhos Dela
Torre
Sem fundação, sem teto ou casa
A chuva cai, o medo esbarra
Sem direção, só uma estrada
Só uma porta, só uma entrada
Pode entrar, me faz sentir de novo
Se acanhe não, dança comigo
Deixa eu cantar no teu ouvido
A multidão já foi embora
Deixa o tempo mudar lá fora
Pois aqui dentro somos só nós dois
E a multidão extasiada
Do ato puro de carnes fracas
A dança viva continuava
Enquanto a chuva se atirava pra nós querendo nos amar
Pode entrar, estou acordada
Me destes tudo em tantos nada
E a temer não tem mais nada
E, sem saber, atravessava o rio
Meu rio
E eu rio
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