Vignette

Negação e luta interna em "Vignette" de Twenty One Pilots

Em "Vignette", do Twenty One Pilots, a frase repetida “No, not me, it’s for a friend” (Não, não sou eu, é para um amigo) expõe um mecanismo de negação comum em quem enfrenta problemas pessoais, como vícios ou questões de saúde mental. Ao usar essa justificativa, o eu lírico evita admitir sua própria vulnerabilidade, um comportamento frequentemente observado em discussões online e na vida real. Essa negação reforça o tema central da música: a dificuldade de reconhecer e lidar abertamente com as próprias batalhas internas.

A escolha do termo "vignette" — que se refere ao escurecimento das bordas de uma imagem — serve como metáfora para o avanço dos pensamentos negativos e da ansiedade, que vão tomando conta da mente aos poucos. Isso fica claro nos versos “Testing what is real, what is good” (Testando o que é real, o que é bom), que mostram a confusão mental do protagonista. As imagens de “zombies” (zumbis) e “flesh covered in bites” (carne coberta de mordidas) representam a apatia e a sensação de desumanização, como se a pessoa estivesse apenas sobrevivendo, sem energia ou propósito. O trecho “Clinging to promises, fighting off the vignette” (Agarra-se a promessas, lutando contra o vignette) destaca o esforço constante para manter a esperança e resistir à escuridão mental. Assim, a música constrói um retrato honesto da luta contra a própria mente, marcada por isolamento, confusão e a busca por reconstrução pessoal.