Samba-Enredo 2024 - Capítulo 4, Versículo 3 - Da Rua e do Povo, o Hip-Hop: Um Manifesto Paulistano

A força do hip-hop e do samba em “Samba-Enredo 2024 - Capítulo 4, Versículo 3 - Da Rua e do Povo, o Hip-Hop: Um Manifesto Paulistano”

Em “Samba-Enredo 2024 - Capítulo 4, Versículo 3 - Da Rua e do Povo, o Hip-Hop: Um Manifesto Paulistano”, a G.R.C.S Vai-Vai faz uma declaração clara sobre a importância de unir o samba e o hip-hop no Carnaval de São Paulo. O verso “Tem hip-hop no meu samba” mostra que a escola quer valorizar a cultura das ruas, especialmente aquela que nasce nas periferias. O título faz referência à música dos Racionais MC's, conectando o samba-enredo à trajetória do rap nacional e à luta das vozes marginalizadas por reconhecimento. Ao mencionar o Largo São Bento, a letra homenageia o local considerado o berço do hip-hop paulistano, destacando o papel dos espaços públicos como centros de resistência e criação cultural.

A letra também exalta a cultura popular e a identidade negra, com frases como “corpo fechado, sou cultura popular” e “preto no branco, no tom do meu canto”, que expressam orgulho e resiliência diante do preconceito. O trecho “me dê licença, saravá, seu Tranca-Rua” traz elementos das religiões de matriz africana, mostrando respeito às raízes ancestrais e à proteção espiritual. Quando diz “meu verso é a arma que dispara / E a palavra é a bala pra salvar”, o samba-enredo transforma a arte em instrumento de luta, defendendo a palavra como ferramenta de justiça e igualdade. O refrão “Vai-Vai manifesta o povo da rua / É tradição e o samba continua” resume o compromisso da escola em dar voz à periferia e celebrar a mistura de ritmos e histórias que formam a identidade paulistana.