No One Mourns the Wicked (feat. Ariana Grande, Andy Nyman, Courtney Mae-Briggs, Jeff Goldblum, Jenna Boyd & Sharon D Clarke)

Reflexão sobre julgamento e exclusão em “No One Mourns the Wicked”

"No One Mourns the Wicked (feat. Ariana Grande, Andy Nyman, Courtney Mae-Briggs, Jeff Goldblum, Jenna Boyd & Sharon D Clarke)", interpretada pelo Wicked Movie Cast, expõe a forma como a sociedade de Oz celebra a morte da Bruxa Má do Oeste sem questionar o que a levou a ser vista como vilã. O refrão repetido – “No one mourns the Wicked” (“Ninguém lamenta os perversos”) – mostra que, para os cidadãos, a morte de alguém rotulado como "maligno" é motivo de comemoração, não de luto. Isso evidencia um julgamento coletivo superficial, que ignora as nuances e complexidades da história da personagem, sugerindo que a linha entre o bem e o mal é mais tênue do que parece.

A música estabelece temas centrais do musical, como a relatividade do conceito de maldade e o perigo de narrativas simplistas. A fala de Glinda – “Are people born Wicked? Or do they have Wickedness thrust upon them?” (“As pessoas nascem más? Ou a maldade é imposta a elas?”) – questiona a origem do mal e humaniza a Bruxa, mostrando que ela teve infância, família e foi marcada por diferenças desde o nascimento, como a pele verde, vista como algo “uncanny” (“estranho”) e “obscene” (“obsceno”). A letra também sugere que exclusão e preconceito social contribuem para a solidão e o sofrimento de quem é considerado diferente: “Goodness knows the Wicked’s lives are lonely / Goodness knows the Wicked die alone” (“Deus sabe que a vida dos perversos é solitária / Deus sabe que os perversos morrem sozinhos”). Assim, mesmo com tom festivo, a canção faz uma crítica à intolerância e à facilidade com que uma sociedade demoniza quem foge do padrão.