No One Mourns The Wicked

Reflexão sobre julgamento e exclusão em “No One Mourns The Wicked”

"No One Mourns The Wicked", do musical Wicked The Musical (Broadway), explora a ironia entre a celebração da morte da Bruxa Má do Oeste e as dúvidas levantadas por Glinda sobre o que realmente significa ser "mau". Enquanto os cidadãos de Oz comemoram sem remorso, repetindo "no one mourns the wicked" (ninguém lamenta os maus), Glinda questiona se as pessoas já nascem más ou se a maldade é resultado das circunstâncias e da exclusão social. Esse questionamento ganha força com o flashback do nascimento de Elphaba, cuja pele verde faz com que ela seja rejeitada desde o início, mostrando como a diferença pode ser confundida com maldade.

A música adota um tom teatral e sombrio para expor a hipocrisia dos julgamentos sociais. Trechos como "goodness knows the wicked's lives are lonely" (só a bondade sabe que a vida dos maus é solitária) e "the wicked die alone" (os maus morrem sozinhos) ressaltam o isolamento imposto a quem foge do padrão. Ao afirmar "they reap only what they've sown" (eles colhem apenas o que plantaram), a letra sugere uma justiça simplista, mas o contexto mostra que Elphaba nunca teve uma chance justa. Assim, a canção apresenta o tema central de Wicked: a desconstrução do maniqueísmo e a crítica à forma como a sociedade julga e exclui quem é diferente, convidando o público a refletir sobre as consequências desses julgamentos.