Algernon

Mudança e delicadeza no tempo em “Algernon” de ヨルシカ (Yorushika)

O nome “Algernon” faz referência direta ao romance “Flowers for Algernon”, em que o rato simboliza tanto o potencial de transformação quanto a inevitabilidade da perda. Na música, essa conexão aparece quando a letra repete “você está mudando lentamente, muito pouco a pouco”, refletindo o processo gradual de crescimento do personagem do livro e sugerindo a fragilidade desse desenvolvimento. A comparação com “observar um pão crescendo aos poucos” reforça a ideia de que as mudanças mais profundas acontecem de forma quase imperceptível, exigindo atenção e sensibilidade.

A canção constrói uma atmosfera contemplativa e melancólica, usando imagens como “andar descalço”, “olhar para longe com pequenas mãos” e “caminhar devagar sob a grande árvore”. Esses versos transmitem a sensação de que o tempo passa de maneira suave, mas inevitável. O medo do desconhecido surge em trechos como “será que um dia encontrarei alguém que nunca poderei alcançar?”, expressando a ansiedade diante dos limites e das perdas que acompanham o amadurecimento. Ao repetir “você está mudando lentamente” e “nós estamos lentamente esquecendo”, a música sugere que tanto a transformação quanto o esquecimento fazem parte do ciclo natural da vida, trazendo uma aceitação serena, ainda que triste, do fluxo do tempo.