Ghosts

Reflexão sobre mortalidade e legado em “Ghosts” de YUNGBLUD

A gravação de “Ghosts” em uma antiga cervejaria considerada assombrada, junto com a inspiração de YUNGBLUD em suas caminhadas à beira do Tâmisa, reforça o clima reflexivo da música sobre a transitoriedade da vida. A letra destaca a sensação de ser apenas “um fio nas costuras” do tempo, sugerindo que todos acabam se tornando “fantasmas” — memórias que passam pela história. Esse tema aparece claramente no verso “We’ll be ghosts by tomorrow, just a day in a dream” (Seremos fantasmas amanhã, apenas um dia em um sonho), onde a efemeridade da existência é tratada com melancolia, mas também com aceitação.

A canção também discute o peso das experiências dolorosas e das heranças familiares, como no trecho “Is it your mother’s tongue or your father’s ghosts?” (É a língua da sua mãe ou os fantasmas do seu pai?), questionando se nossos traumas e aprendizados vêm da criação ou de legados passados. O refrão, “My God, what a beautiful scene / Now I know what you mean / You’re my gateway to heaven” (Meu Deus, que cena linda / Agora eu entendo o que você quer dizer / Você é meu portal para o paraíso), mostra um momento de epifania diante da beleza da vida, mesmo em meio à dor. A influência da ópera no final, inspirada em “The King and I”, aumenta a dramaticidade e transforma a reflexão sobre mortalidade em um convite para valorizar cada momento. Assim, “Ghosts” mistura vulnerabilidade e esperança, incentivando a viver intensamente antes de se tornar apenas mais uma lembrança.