Divisés

A Dor da Divisão: Uma Análise de 'Divisés' de Zaho

A música 'Divisés' de Zaho aborda temas profundos e dolorosos relacionados à divisão e à opressão. Desde o início, a letra menciona 'apóstolos' que chegaram em massa e incitaram a divisão entre as pessoas. Essa metáfora pode ser interpretada como uma crítica aos líderes e sistemas que promovem a divisão para manter o controle e o poder. A frase 'Ils nous ont divisés pour régner, ma chair y a saigné' (Eles nos dividiram para reinar, minha carne sangrou) é repetida várias vezes, enfatizando a dor e o sofrimento causados por essa divisão.

A letra também aborda questões de identidade e racismo, mencionando diferentes cores de pele e questionando a humanidade daqueles que perpetuam a divisão. A linha 'Les deux yeux qui t'aident à voir sont malades' (Os dois olhos que te ajudam a ver estão doentes) sugere que a percepção das pessoas está distorcida, talvez pela influência de preconceitos e estereótipos. Zaho, uma artista conhecida por suas letras introspectivas e socialmente conscientes, utiliza essas imagens para destacar a desumanização e a alienação que resultam da divisão racial e social.

Além disso, a música toca em temas de liberdade e resistência. A menção de 'Papa, maman, ma liberté est morte' (Papai, mamãe, minha liberdade está morta) e 'J'ai rêvé que j'avais sauté pardessus les barricades' (Eu sonhei que tinha pulado sobre as barricadas) reflete um desejo profundo de liberdade e um lamento pela perda dela. A repetição de 'Never never never be afraid of who you are' (Nunca, nunca, nunca tenha medo de quem você é) no final da música serve como um chamado à resistência e à autoaceitação, encorajando os ouvintes a não se deixarem definir pelas divisões impostas por outros.