Linha Imaginária

Divisão e memória coletiva em “Linha Imaginária” de Zé Lopes

“Linha Imaginária”, de Zé Lopes, aborda como a separação territorial entre Trizidela do Vale e Pedreiras afetou a identidade e a memória coletiva dos moradores. O verso “Pois quem ama não divide / Mas alguém te dividiu” destaca que a divisão não foi apenas física, mas também emocional, deixando marcas profundas em quem viveu essa mudança. A expressão “linha imaginária” reforça que, apesar da separação oficial, os laços culturais e afetivos continuam existindo, atravessando a fronteira simbólica criada pela divisão.

A letra traz diversas referências a locais e figuras marcantes de Pedreiras, como o Rio Mearim, a Rua do Tamarindo, a Marmorana, a Pedra Grande, João Munins e João de Bronze. Essas menções funcionam como pontos de memória e identidade, evocando pertencimento e saudade. O trecho “A Pedra Grande ser dinamitada / Contrariando a sua geografia” mostra como mudanças físicas no espaço também afetam a paisagem emocional dos habitantes. Já “O aeroporto onde pousou saudade / Virou rua da cidade e a periferia” sugere a passagem do tempo e a transformação dos cenários conhecidos. Ao final, a música valoriza a cultura local, suas festas e tradições, reafirmando o orgulho de pertencer a Pedreiras, mesmo diante das mudanças impostas pela história.