Ogum (part. Jorge Ben Jor)

Fé e ancestralidade em “Ogum (part. Jorge Ben Jor)” unem culturas

“Ogum (part. Jorge Ben Jor)”, de Zeca Pagodinho, é uma homenagem ao sincretismo religioso brasileiro, unindo referências ao orixá Ogum das religiões de matriz africana e a São Jorge do catolicismo. A música mostra como fé e identidade cultural se misturam na vida dos artistas e de muitos brasileiros. O verso “Sou carregado de axé / E protegido por um cavaleiro nobre” destaca essa fusão: “axé” representa a energia sagrada do candomblé, enquanto “cavaleiro nobre” faz referência direta a São Jorge, figura central da devoção popular. Tanto Zeca Pagodinho quanto Jorge Ben Jor são conhecidos devotos de São Jorge, o que traz autenticidade e emoção à interpretação. O momento em que Jorge Ben Jor recita a tradicional oração do santo ao final da canção reforça o clima de proteção e esperança.

A letra exalta a força, coragem e proteção de Ogum/São Jorge, retratado como “um guerreiro valente / que cuida da gente, que sofre demais” e como aquele que “pega na lança, ele mata o dragão”. Essa imagem do guerreiro protetor simboliza superação e resistência diante das dificuldades, reforçada pela ideia de vitória nas “lutas, nas batalhas” e pelo agradecimento por “ser mais um vencedor”. A menção a “descendente Zulu” conecta a ancestralidade africana à luta diária, enquanto a alternância entre “igreja” e “terreiro” expressa respeito e integração entre diferentes tradições religiosas. O trecho final, com a oração de São Jorge, intensifica o sentimento de fé e confiança na proteção divina, tornando a música um símbolo de esperança, força e celebração da diversidade espiritual brasileira.