
Bisnaga
Zeca Pagodinho
Fila, barganha e risos em “Bisnaga”, de Zeca Pagodinho
A oferta “Leva três, mas duas só, que paga” abre a cena como piada e como retrato de um truque de marketing que põe o bairro em alvoroço. A música transforma uma promoção banal em crônica de padaria: Seu Manoel pendura o cartaz e, para “gozar dessa mordomia”, a freguesia madruga, disputa vaga e se estapeia por uma simples bisnaga — o pão alongado típico no Brasil. Escrita por Arlindo Cruz e Beto Sem Braço e cantada no jeito malandro de Zeca Pagodinho, a narrativa encadeia quadros cômicos: Dona Eunice fura a fila por gula, o padeiro perde a hora e provoca “sururu” na porta, e no auge do “rebôo” até “o gago xingou a gaga”. As interjeições (“vagabundo”) reforçam o clima de roda de samba e conversa de esquina.
No fundo, “Bisnaga” fala de desejo e de escassez do dia a dia, ironizando como uma oferta mexe com a pressa, a vaidade e a impaciência. É a praia de Zeca, criado nas rodas de Irajá e Del Castilho: humor direto, observação de rua e ritmo coloquial. E embora “bisnaga”, noutros contextos, seja frasco de espremer, aqui não há duplo sentido: é pão mesmo — e é justamente o caráter prosaico que rende a graça. O samba transforma a fila da padaria em palco de convivência, pequenas trapaças e gargalhadas coletivas.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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