Fadistas do Passado
António Mello Corrêa
Oh fadistas do passado
Que no fado deram brado
Na boémia e no tacão
As coloridas toiradas
E as noitadas bem passadas
São tempos que já lá vão
Fidalgos aventureiros
Boleeiros e toureiros
Gente nobre, gente fixe
Abalam nas traquitanas
Cem ciganas levianas
Prás adegas de Carriche
As severas, os artistas
Guitarristas e fadistas
E faias de cachené
Os fidalgos mais ramboias
Mandam bater as tipoias
P’ra abertura da água-pé
Entre os improvisadores
Cantadores dedilhadores
Ao findar a desgarrada
Por causa dum rufião
Há discussão e confusão
Resolvida à bofetada
Que é feito do nosso fado
Que deu brado no passado
E um faia a falar calão
As coloridas toiradas
As noitadas bem passadas
São tempos que já lá vão
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