Minha Sogra Parece Sapatão

Humor e crítica social em "Minha Sogra Parece Sapatão"

"Minha Sogra Parece Sapatão", de Bezerra da Silva, usa o humor para abordar estereótipos e conflitos familiares, especialmente a relação entre genro e sogra. A música brinca com a imagem da sogra como uma figura "masculinizada" e temida, usando a gíria "sapatão" – que, no Brasil, pode se referir tanto a uma mulher lésbica quanto a uma mulher com traços ou comportamentos considerados masculinos. Bezerra exagera essas características para criar uma caricatura cômica, reforçando o tom irônico da canção.

A letra apresenta situações absurdas, como a sogra que "bebe cachaça e fuma charuto", "tem bigode e cabelo no peito" e é "danada pra gostar de confusão". Esses exageros servem para satirizar o conflito tradicional entre genro e sogra, ao mesmo tempo em que fazem uma crítica bem-humorada sobre convivência familiar e preconceitos. O verso “da fruta que você gosta, eu como até o caroço” traz um duplo sentido, sugerindo tanto ousadia quanto uma possível referência à sexualidade da sogra, reforçando a ambiguidade do termo "sapatão". O refrão repetido ao final mantém o tom de brincadeira e deixa claro que a intenção é provocar risos, sem ofender, como o próprio narrador destaca.