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Fazer loginQuer conhecer o samba-enredo da Mangueira 2023, aprender a letra e começar o aquecimento para o maior Carnaval do mundo? Você chegou ao lugar certo!
Segunda maior campeã dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, com 20 troféus, a agremiação da Zona Norte da Cidade Maravilhosa chega com grandes expectativas para a disputa deste ano.
Comandada pelos carnavalescos Gui Estevão e Annik Salmon, a escola vai apresentar o samba-enredo As Áfricas Que a Bahia Canta para a Sapucaí, homenageando a musicalidade baiana e a tradição afro.
A intenção é emocionar os presentes na Sapucaí e tentar acabar com o jejum de títulos que se estende desde 2019. Vem descobrir os significados por trás da música e o que esperar do desfile da Mangueira!
A Estação Primeira de Mangueira não perdeu tempo para escolher o enredo de seu desfile no Carnaval 2023 do Rio de Janeiro: a escola bateu o martelo sobre a canção em outubro, antes de todas as outras escolas (à exceção da Paraíso do Tuiuti).
A faixa escolhida pela comunidade da Mangueira foi As Áfricas Que a Bahia Canta, composta por Lequinho, Junior Fionda, Gabriel Machado, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim, com participação de Margareth Menezes na gravação.
A canção destaca o protagonismo feminino na luta contra o racismo e a intolerância, no fortalecimento da identidade afro e na musicalidade negra, resgatando símbolos da identidade afro no contexto brasileiro.
O desfile será comandado pelos estreantes Annik Salmon e Guilherme Estêvão, que têm passagens importantes pela Unidos da Tijuca e Porto da Pedra. Confira os significados ocultos no samba-enredo da Mangueira 2023!
O samba-enredo da Mangueira 2023 começa com uma menção direta à cultura e à espiritualidade afro, centrada na figura de Iansã Oyá, entidade dos ventos, tempestades, tufões e raios.
Na canção, a deusa (ou entidade) africana é interpretada como a mãe da terra e herdeira dos dias.
Oyá, oyá, oyá eô!
Ê matamba, dona da minha nação
Filha do amanhecer, carregada no dendê
O samba-enredo lembra instrumentos oriundos da África que se tornaram parte da cultura brasileira, sobretudo da musicalidade baiana, como tambores e ilús, um tipo de instrumento de percussão muito utilizado na música afro.
Levo a cor, meu ilú é o tambor
Que tremeu Salvador, Bahia
Áfricas que recriei
E vai além, listando como o povo negro ajudou a construir a identidade brasileira, fazendo menção a outros instrumentos de origem afro, como xequerês, ganzás e atabaques, utilizados tanto na música como nas religiões de matriz afro.
Do quilombo às embaixadas
Com ganzás e xequerês fundei o meu país
Pelo som dos atabaques canta meu pais
Em todo o tempo, o samba-enredo da Mangueira menciona e celebra a proteção dos orixás e das entidades religiosas africanas sobre o povo preto, com citações a Exu, Oxum, Ogum e Oxalá.
Não é a primeira vez que a escola de samba da Zona Norte do Rio investe nessa temática. A agremiação falou sobre macumba em 2016, apresentou a intimidade do povo brasileiro com os orixás em 2017 e mostrou o Jesus negro em 2020, entre outros desfiles ao longo de sua vitoriosa história.
Em 2023, a intenção é apresentar as Áfricas que existem na Bahia de maneira didática, por meio da música, da ancestralidade e da espiritualidade do povo negro.
Traz o padê de Exu
Pra mamãe Oxum toca o ijexá
Rua dos afoxés
Voz dos candomblés, xirê de orixá
No trecho acima, “padê de Exu” é uma cerimônia sagrada ao orixá, ijexá é um ritmo de origem africana e xirê é uma dança ritualística dedicada a entidades espirituais, uma verdadeira chuva de referências em torno da fé afro.
Um dos artifícios para contar a história no samba-enredo da Mangueira de 2023 foi a referência a ícones da música baiana, como Olodum, Filhos de Gandhy e Didá. A letra menciona até Levada Louca, da Banda Eva, e seu “batuque do canjerê”.
Sonho badauê, revolução didá
Candace de olodum, sou debalê de Ogum
Filhos de Gandhi, paz de Oxalá
Quando a alegria invade o Pelô
É carnaval, na pele o swing da cor
O meu timbau é força e poder
Por cada mulher de arerê
Liberta o batuque do canjerê
Em uma das estrofes, os compositores do samba-enredo da Mangueira 2023 utilizam a expressão “Eparrey oya”, uma saudação à entidade Iansã carregada de admiração e respeito na cultura afro, para valorizar a figura feminina.
De acordo com os carnavalescos responsáveis pelo desfile, trata-se de apontar a importância do sagrado feminino e da força da mulher para a cultura afrocentrada.
Eparrey oya! Eparrey mainha!
Quando o verde encontra o rosa, toda preta é rainha
A Estação Primeira de Mangueira finaliza com uma homenagem à Bahia que cabe no Rio de Janeiro na forma de Carnaval e música: uma ode ao Brasil afro de norte a sul.
O samba foi morar onde o Rio é mais baiano
Reina a ginga de iaiá na ladeira
No ilê de tia Fé, axé Mangueira!
Você ficou curioso para conferir a superprodução da Estação Primeira de Mangueira para o Carnaval de 2023? Está quase na hora de curtir um dos desfiles mais esperados na Marquês de Sapucaí!
A Mangueira é a última escola de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro a desfilar na noite do domingo de Carnaval, no dia 19 de fevereiro, com previsão de início entre 3h e 3h50 da madrugada.
Agora você já sabe todos os significados por trás do belíssimo samba-enredo da Mangueira 2023. Que tal aproveitar para conhecer alguns dos maiores hits dos carnavais passados?
Comece o seu aquecimento para a folia com sucessos de Pabllo Vittar, MC G15, Gabriel Diniz, Anitta e outros grandes nomes da música brasileira!
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