Final de Stranger Things: lembre os hits dos anos 80 que a série ressuscitou

Em 2016, a Netflix apresentou ao mundo uma mistura irresistível: ficção científica, clima oitentista e um grupo de crianças tão carismáticas que parecia impossível não se apegar. Stranger Things virou febre global e encontrou no Brasil um dos seus maiores fandoms.

Parte desse encanto está na trilha sonora, recheada de clássicos dos anos 80. Adultos mataram saudade da época, enquanto os mais jovens adotaram os hits como se fossem novidades fresquinhas.

Agora, a jornada chega ao fim. A quinta e última temporada estreia em 26 de novembro, com novos episódios marcando presença em duas datas simbólicas: 25 e 31 de dezembro. Coincidência? Acho que não…

Antes de embarcar no grand finale dessa aventura, vale relembrar os hits que Stranger Things ressuscitou e transformou em trilha sonora da nossa nostalgia coletiva!

A trilha sonora de Stranger Things: clássicos que voltaram com tudo na série

Com Stranger Things, vários clássicos dos anos 80 voltaram a brilhar como se nunca tivessem saído das paradas.

Faixas como Running Up That Hill, Should I Stay or Should I Go, Never Ending Story e Master of Puppets ganharam novos significados dentro da série e conquistaram uma geração inteira.

Confira os hits que Stranger Things trouxe novamente para os holofotes!

Should I Stay or Should I Go? — The Clash

A principal música da 1ª temporada é Should I Stay or Should I Go?, da banda The Clash. Ela marca a relação de companheirismo e amizade entre Will (Noah Schnapp) e seu irmão mais velho, Jonathan (Charlie Heaton).

A música vira um símbolo da relação dos dois irmãos, além de representar proteção, memória e pertencimento para o Will.

O clássico do rock dos anos 80 foi uma das primeiras faixas a ser “redescoberta” por toda uma geração por causa da série.

Significado de Should I Stay or Should I Go: entenda o hit

Running Up That Hill (A Deal With God) — Kate Bush

A faixa de 1985 funciona como a trilha emocional de Max Mayfield (Sadie Sink), que vive um arco doloroso na 4ª temporada.

A música simboliza o refúgio da personagem, algo que a mantém ancorada ao mundo real. Ela passa a ouvi-la o tempo todo em seu walkman, como uma espécie de proteção.

O impacto de Running Up That Hill (A Deal With God) na série foi tão grande que a música voltou ao topo das paradas, quebrou recordes no Spotify e levou Kate Bush a atingir novos públicos, quase 40 anos após o lançamento.

Running Up That Hill: conheça o significado do hit de Stranger Things

Never Ending Story — Limahl

A aparição de Never Ending Story, clássico tema do filme A História Sem Fim (1984), é um dos momentos mais engraçados de Stranger Things.

Dustin (Gaten Matarazzo) precisa cantar a canção com sua namorada Suzie (Gabriella Pizzolo) para se livrar de uma situação caótica, entregando um dueto inesperadamente harmonioso.

A cena viralizou nas redes sociais, recolocou a música nas paradas de streaming e se tornou um dos momentos mais memoráveis da série.

Heroes — Peter Gabriel

A versão de Peter Gabriel para o clássico Heroes, de David Bowie, aparece em um dos momentos mais tristes da 1ª temporada. A música toca durante a sequência em que a polícia encontra o suposto corpo de Will no lago.

Diferentemente da vibração energizante da gravação original, a interpretação de Peter Gabriel é lenta e dramática, quase fúnebre. O contraste entre o título da música e a tragédia do momento cria uma ironia dolorosa: ninguém ali parece herói — todos estão devastados.

Uma curiosidade interessante é que a canção retorna na 4ª temporada, mas com uma função diferente: reforçar um momento esperançoso. Um eco direto da cena da 1ª temporada, mas reinterpretado com mais luz do que tragédia.

Master Of Puppets — Metallica

Master Of Puppets toca na famosa sequência em que Eddie Munson (Joseph Quinn), no Mundo Invertido, sobe no telhado do seu trailer e pega sua guitarra para atrair os demobats enquanto os outros personagens executam o plano para derrotar Vecna.

A escolha da música não é aleatória: o álbum Master of Puppets foi lançado em 1986, exatamente o ano em que Eddie estaria tocando essas músicas na vida real.

A cena explodiu globalmente: Master of Puppets voltou ao topo das paradas, e o próprio Metallica comemorou publicamente.

Outro fato interessante é que Joseph Quinn realmente toca guitarra, treinou por meses e gravou boa parte da performance.

Master of Puppets: significado e referências da obra-prima do Metallica

Time After Time — Cyndi Lauper

Time After Time é um dos maiores clássicos românticos dos anos 80 — e a trilha sonora de Stranger Things usa a canção exatamente para destacar o amadurecimento afetivo de Eleven (Millie Bobby Brown), que finalmente está vivendo experiências comuns para uma adolescente, em contraste com tudo o que sofreu nas temporadas anteriores.

A letra fala sobre estar presente para alguém, sobre amor jovem, sobre aprender e crescer: tudo o que Eleven está vivendo naquele ponto da história.

Every Breath You Take — The Police

Every Breath You Take, lançada em 1983, toca durante o Snow Ball, o baile realizado na escola de Hawkins.

A canção embala a dança entre Mike (Finn Wolfhard) e Eleven, em seu primeiro momento verdadeiramente romântico, enquanto o restante do grupo experimenta pela primeira vez a sensação de serem apenas crianças em uma festa.

O grande diferencial é que, apesar de a cena parecer romântica, Every Breath You Take é, na verdade, uma música sobre vigilância, obsessão e controle, e não sobre amor saudável.

Essa ironia proposital faz a canção funcionar em dois níveis: para os personagens, aquela dança é um respiro depois do terror, mas nas entrelinhas, é um prenúncio sombrio do futuro.

Every Breath You Take: a história de uma música sobre obsessão

Material Girl — Madonna

A terceira temporada marca a primeira vez em que Eleven realmente tem a chance de viver fora do laboratório, descobrir hobbies, criar sua identidade e entender o mundo adolescente.

E é durante as visitas ao Starcourt Mall, o novo símbolo de status e cultura pop de Hawkins, que Material Girl desempenha um papel essencial. A música toca enquanto Max e Eleven têm uma daqueles momentos clássicos de compras e experimentação de roupas, típicas de filmes adolescentes dos anos 80.

Apesar de ser uma música frequentemente interpretada de forma irônica, Material Girl fala sobre independência e fazer escolhas — até mesmo escolhas superficiais, mas que representam liberdade.

A sequência ao som de Madonna cristaliza a estética da 3ª temporada, que é mais colorida e pop, e mais focada nas relações humanas antes do caos.

You Spin Me Round (Like a Record) — Dead Or Alive

You Spin Me Round (Like a Record), do Dead Or Alive, surge na série em momentos agitados, dando ainda mais ritmo e diversão à cena.

Com sua batida acelerada e vibe oitentista, a música acompanha situações caóticas ou impulsivas, quando tudo parece literalmente girar em volta dos personagens. O resultado é um toque de humor, exagero e energia que combina perfeitamente com o clima da trama.

You Don’t Mess Around With Jim — Jim Croce

You Don’t Mess Around With Jim toca em uma montagem que mostra a rotina dos personagens depois dos eventos traumáticos da 3ª temporada. Ela acompanha o contraste entre o cotidiano aparentemente “normal” em Hawkins, e a tensão crescente que sabemos que ainda existe sob a superfície.

A escolha de Jim Croce é totalmente alinhada ao espírito nostálgico da série.
Apesar de ser dos anos 70, a música era muito popular ainda na década de 80 e combina com o ambiente suburbano norte-americano da época.

Além disso, a letra fala sobre não provocar alguém mais forte ou perigoso. É quase um aviso: vocês estão mexendo com forças maiores do que imaginam.

Never Surrender — Corey Hart

Never Surrender, de Corey Hart, aparece em Stranger Things para reforçar o clima de esperança e determinação que marca a série. A música embala um momento em que os personagens precisam insistir, mesmo quando tudo parece ir contra eles.

Com sua mensagem sobre seguir em frente, a faixa acaba refletindo exatamente o espírito teimoso e corajoso do grupo, além de adicionar aquela nostalgia oitentista que combina tão bem com a narrativa.

Separate Ways (Worlds Apart) — Journey

Separate Ways (Worlds Apart), do Journey, ganhou um dos usos mais marcantes em Stranger Things. A música aparece em uma versão remixada, mais sombria e eletrônica, criada para combinar com o clima intenso da quarta temporada.

Ela embala momentos decisivos, quando o grupo está espalhado em diferentes lugares, cada um enfrentando seus próprios perigos, mas todos conectados pela missão de derrotar Vecna. A letra, que fala sobre distância e laços colocados à prova, se encaixa perfeitamente na situação dos personagens.

Ouça todas as músicas das trilhas sonoras de Stranger Things

Agora que você conseguiu matar as saudades das músicas que hitaram em Stranger Things, que tal dar o play e ouvir todas elas? Ouça agora a nossa playlist!