Samba-Enredo 2025 - O Que Espanta Miséria é Festa

Festa e resistência em “Samba-Enredo 2025 - O Que Espanta Miséria é Festa”

O samba-enredo “Samba-Enredo 2025 - O Que Espanta Miséria é Festa”, do G.R.E.S. Império Serrano (RJ), destaca desde o início a feira e a xepa, elementos que remetem à origem humilde de Beto Sem Braço e à sua vivência nas feiras do subúrbio carioca, onde começou trabalhando como carreteiro. O verso “Quem faz a xepa, não dispensa o que comer” valoriza a luta diária pela sobrevivência e celebra a criatividade e alegria do povo diante das dificuldades. O refrão “Paticumbum, bota a miséria pra correr” resume o espírito do enredo, mostrando como a festa e o samba funcionam como formas de enfrentar a miséria, uma ideia central na trajetória de Beto Sem Braço.

A letra faz críticas sociais diretas, como em “Quem me dera se houvesse um decreto / Pra levar em cana o infeliz / Que promete e não traz, água, luz e concreto”, denunciando a negligência do poder público com as necessidades básicas das comunidades. Ao mesmo tempo, exalta as raízes e a fé popular, citando Santo Antônio de Categeró e a mãe baiana, símbolos de proteção e resistência. O verso “Ver teu filho vencer com um braço só” faz referência à superação de Beto Sem Braço, celebrando sua força diante das adversidades. O samba também menciona lugares marcantes do subúrbio carioca, como Rua Uranos, Tamarineira, Edgard Romero e Madureira, reforçando a identidade suburbana. Ao afirmar “Do samba sou expoente / Pouca coisa não vai me jogar no chão”, a letra reafirma o legado de Beto como símbolo de resistência e orgulho do Império Serrano. O samba termina valorizando a malandragem como sabedoria popular e respeito à tradição, ao dizer que, para pisar no Império Serrano, é preciso ser “malandro e saber respeitar”.