Bixo do Mato Criado Em Casa

Orgulho e autenticidade em “Bixo do Mato Criado Em Casa”

“Bixo do Mato Criado Em Casa”, de Mano Lima, retrata com bom humor e sinceridade o orgulho do protagonista por sua origem simples e sua forte ligação com a vida no campo. O verso “Agarrando touro à unha / E surrando um corcoveador” evidencia não só a força física, mas também a coragem e a habilidade necessárias para lidar com o gado, aspectos centrais da cultura gaúcha que Mano Lima valoriza em suas músicas. Expressões como “bicho do mato” e “gato palheiro” reforçam a imagem de alguém rústico, autêntico e distante das vaidades urbanas, características marcantes do linguajar e do humor regional presentes na obra do artista.

O trecho “Cresci gaudério e sozinho / Sem pai, sem mãe e sem nada” aponta para uma trajetória de autossuficiência e resiliência, qualidades admiradas no universo do homem do campo. Quando uma gaúcha se aproxima para namorar e o protagonista responde que “não entende disso” e prefere “pealar égua pra ver o estouro que dá”, Mano Lima insere um toque de irreverência, mostrando que o personagem se sente mais à vontade com os desafios do campo do que com as convenções sociais. Dessa forma, a música celebra a autenticidade, a liberdade e o orgulho de ser gaúcho, usando situações cotidianas para exaltar a identidade regional.