Como É Que Eu Tô Nesse Corpo

Saudade e esperança no universo rural em “Como É Que Eu Tô Nesse Corpo”

“Como É Que Eu Tô Nesse Corpo”, de Mano Lima, utiliza uma pergunta simples para expressar uma inquietação profunda do narrador, um domador de cavalos. Ele revela sua vulnerabilidade ao questionar como está “neste corpo” diante da distância e da saudade da amada. O contexto da cultura gaúcha aparece no linguajar direto e nas referências ao cotidiano do campo, como em “quebrando queixo de potro” e no desejo de construir um rancho “de pau a pique cravado”. Esses detalhes reforçam a autenticidade dos sentimentos e a forte ligação com a terra.

A frase “como é que eu tô nesse corpo” vai além do aspecto físico, funcionando como um pedido de atenção ao seu estado emocional, marcado pela ausência da pessoa amada. O narrador compartilha planos de futuro, como morar “lá na fiúta” e levantar um rancho, demonstrando esperança e vontade de construir uma vida juntos. Ao mesmo tempo, surge uma insegurança sutil, evidenciada no pedido para que a amada diga “se não tá amando outro”, mostrando o medo de ser esquecido. Mano Lima transforma esses elementos do universo campeiro em um retrato sincero de saudade, desejo e esperança, aproximando o ouvinte da realidade do personagem com um tom direto e cotidiano.