A Moda Agora é Ser Vaqueiro

A Modernidade do Vaqueiro: Tradição e Ostentação no Sertão

A música 'A Moda Agora é Ser Vaqueiro' de Mano Walter celebra a figura do vaqueiro moderno, que mescla elementos tradicionais com aspectos contemporâneos de ostentação. A letra destaca a indumentária típica do vaqueiro, como a bota de bico fino, o chapéu de couro e o gibão, que são símbolos de uma cultura enraizada no sertão brasileiro. No entanto, esses elementos tradicionais são contrastados com a modernidade representada por carros de luxo como Amarok e Hilux, que puxam o 'paredão', um sistema de som potente comum em festas e eventos no interior.

Mano Walter também aborda a transformação social e econômica do vaqueiro. Antes visto como um trabalhador simples do campo, o vaqueiro agora é retratado como alguém que possui um milhão na conta bancária e que pode até mesmo usar terno, um símbolo de status e sofisticação. Essa mudança de imagem é reforçada pela atenção que o vaqueiro moderno recebe das mulheres, indicando um aumento de seu prestígio social. A letra sugere que, no contexto atual, ser vaqueiro é mais valorizado do que seguir carreiras tradicionais como doutor ou engenheiro, desafiando as normas convencionais de sucesso e realização pessoal.

A música também reflete uma crítica sutil ao sistema educacional e às expectativas sociais. Ao afirmar que 'não precisa diploma de faculdade não', Mano Walter questiona a necessidade de educação formal para alcançar o sucesso, enfatizando a importância da força física e da habilidade prática no contexto do sertão. Essa visão pode ser interpretada como uma valorização das habilidades tradicionais e da cultura local, em contraste com a crescente urbanização e globalização. A música, portanto, não apenas celebra a figura do vaqueiro, mas também levanta questões sobre identidade, sucesso e a valorização das tradições culturais no mundo moderno.