Filha do Mar

Força ancestral e resiliência em "Filha do Mar"

"Filha do Mar", de Mariene de Castro, destaca a força interior que nasce da conexão com a natureza e das raízes culturais afro-brasileiras. O verso “Sou filha do mar” vai além de uma simples metáfora: ele expressa o reconhecimento da ancestralidade e da espiritualidade presentes no candomblé, especialmente na relação com divindades como Oxum e Iemanjá. Mariene reforça essa ligação ao gravar o álbum em meio à natureza, na Costa do Sauípe, o que contribui para a atmosfera de calma e resistência transmitida pela canção.

A letra aborda temas de superação e resiliência diante das dificuldades. Em “Às vezes parece que a coisa empena / E o perfume de açucena vira cinza de carvão”, a artista mostra que, mesmo nos momentos difíceis, a esperança e a capacidade de se reinventar permanecem vivas. O trecho “Sou feito mato na beira do rio / Não me escondo a desafio / E não me entrego nunca não” reforça a ideia de resistência, comparando-se à vegetação que sobrevive às margens do rio, resiliente às adversidades. O mar, símbolo de renovação e movimento, aparece como fonte de força e liberdade: “E na maré cheia / Tiro o barco da areia / Vou-me embora navegar”, sugerindo que, nos momentos de coragem, é possível seguir em frente, guiada pela esperança e pelo desejo de liberdade.