Recolho Versos do Campo

Tradição e sentimento em "Recolho Versos do Campo"

"Recolho Versos do Campo", de Matheus Pimentel Nunes, destaca a sensibilidade ao retratar a vida rural e suas pequenas alegrias como fonte de inspiração. A canção transforma o cotidiano do interior do Rio Grande do Sul em poesia, valorizando o silêncio, a natureza e as emoções simples. O verso “Guardo estrelas nos olhos / Pra luz que a noite me tira” mostra como o contato com o campo oferece esperança mesmo diante das dificuldades, reforçando a ideia de que a beleza pode ser encontrada nos detalhes mais discretos da vida.

A música faz uso de imagens marcantes do universo rural, como “espinhos que enredam / As quilinas dos cavalos” e “frágeis teias de aranha / Entre o sereno dormido”, para ilustrar tanto os desafios quanto a delicadeza do dia a dia no campo. O ato de “recolher versos” simboliza a tentativa de eternizar momentos e sentimentos, transformando-os em presentes para alguém especial, como em “Pra te entregar de regalo”. O sentimento de saudade aparece em “Há sempre uma rima pobre / Na saudade que me habita”, mostrando que até as emoções mais simples podem ser belas quando compartilhadas. Ao final, a canção sugere uma mudança profunda provocada pelo amor e pelo contato com o campo: “Eu nunca mais fui o mesmo / Depois, que um dia apeei / Na mirada do teu rancho / Ficou tudo que juntei”. Assim, a música celebra a ligação entre o ser humano, a terra e as memórias, valorizando experiências autênticas e singelas.