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Milonga Abaixo de Mau Tempo

Mauro Moraes

LetraSignificado

    Coisa esquisita a gadaria toda,
    Penando a dor do mango com o focinho n'água,
    O campo alagado nos obriga à reza,
    No ofício de quem leva pra enlutar as mágoas.

    O olhar triste do gado atravessando o rio,
    A baba dos cansados afogando a volta,
    A manha de quem berra no capão do mato
    E o brado de quem cerca repontando a tropa.

    Agarra amigo o laço enquanto o boi tá vivo,
    A enchente anda danada molestando o pasto,
    Ao passo que descampa a pampa dos mil réis...
    E a bóia que se come, retrucando o tempo,
    Aparta no rodeio a solidão local,
    Pealando mal e mal o que a razão quiser...

    (Amada, me deu saudade...
    Me fala que a égua tá prenha, que o porco tá gordo,
    Que o baio anda solto,
    Que toda cuscada lá em casa comeu.) Bis

    Coisa mais sem sorte esta peste medonha,
    Curando os mais bichados deu febre no gado,
    Não fosse a chuvarada se metendo a besta,
    Traria mil cabeças com a bênção do pago!

    Dei falta da santinha limpando os peçuelos
    E do terço de tentos das prece sinuelas,
    Logo em seguidinha é semana santa,
    Vou cego pra barranca e só depois vou vê-la…


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