
Romance
Nei Lisboa
“Romance” entre humor, autoironia e o medo de amar
“Romance” expõe o medo de perder disfarçado por humor e autoironia. A letra se contradiz de propósito: ele pede “não leve tão a sério” e logo rebate com “não pense que é brinquedo”, mostrando o impasse entre leveza e entrega. Essa tensão se encena nos três quadros da porta, em escala crescente: primeiro, ele imagina bater e não abrirem; depois, abrir e encontrar a “mão vazia” dizendo não; por fim, vê-la na porta e trava, “não souber se entro / Ou faço uma canção”. O narrador ri das próprias “bobagens” e do ego (“milhares mais otários do que eu”), mas o centro é vulnerável e direto: “eu tenho medo e morro de paixão”.
O intimismo típico de Nei Lisboa, gaúcho ligado a Porto Alegre e ao Bom Fim, aparece na escala afetiva reduzida — “todas as pessoas… cabem… na palma da mão” — contrastada com a grandeza reservada ao amor: “pra você guardei um universo”. O jogo de linguagem reforça a ambivalência: “não pense que é brinquedo” versus “brinco de paixão” diz “não é algo para brincar”, embora ele mesmo brinque para conter o pânico; e “nem o que eu digo nem o que eu deixo de esconder” abrange tanto o que confessa quanto o que escapa sem querer. O verso metalinguístico “faço verso e durmo na canção” conecta a narrativa ao modo de Nei de transformar emoção em música, fazendo da canção um refúgio. No fim, o “romance” vira uma negociação frágil entre rir de si e admitir o risco real de perder quem importa.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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