Embretados

Saudade e Desilusão: A Vida Embretada dos Gaúchos

A música "Embretados" de Os Monarcas é uma profunda reflexão sobre a saudade e a desilusão vividas por aqueles que deixaram a vida no campo para viver na cidade. A letra começa com a imagem de uma saudade intensa, comparada a um cavalo relinchando no peito do narrador, que é um campeiro, ou seja, um homem do campo. Essa saudade o leva a buscar consolo na música, especificamente na cordeona, um instrumento típico da música gaúcha.

O narrador se encontra em um estado de confusão e questionamento, se perguntando se a vida no campo foi apenas um sonho ou se ele está perdido na realidade urbana. Esse sentimento de alienação é comum entre aqueles que migraram do campo para a cidade, buscando melhores condições de vida, mas encontrando apenas solidão e estranheza. A música também menciona o hábito de se embriagar com cantigas e poesias, uma forma de lidar com a dor e a saudade.

A letra também aborda a desilusão com a ganância das estâncias, grandes propriedades rurais, e como isso contribuiu para a situação de exílio dos personagens. Eles se encontram "embretados", ou seja, presos em um cercado de lembranças, incapazes de voltar ao passado e insatisfeitos com o presente. A música é um lamento coletivo, onde os companheiros desgarrados se reúnem para conspirar contra um destino que parece inevitável, buscando consolo na música e na companhia uns dos outros.