O Próximo Terror de Stephen King

Provocação e crítica social em “O Próximo Terror de Stephen King”

"O Próximo Terror de Stephen King", de Patrick Horla, se destaca por unir referências ao terror clássico e à cultura pop com uma postura provocativa e irônica, típica do horrorcore. Logo no início, a frase “esquartejando putas como Jack” faz referência direta a Jack, o Estripador, enquanto “ladrão de espíritos, roubei Allan Kardec” brinca com o universo do espiritismo, subvertendo a imagem do fundador do espiritismo em um contexto violento. Essas menções reforçam o tom sombrio e sarcástico da música, que busca ser tão perturbadora quanto as histórias de Stephen King, como sugere o título.

A letra aborda temas como marginalidade, violência e rebeldia, usando exagero e grotesco para criticar a sociedade e afirmar uma identidade própria. Ao se definir como “anti-herói, grosseiro, podre e sábio”, Patrick Horla assume uma persona que desafia normas morais e sociais, ironizando tanto a cultura do crime quanto a hipocrisia social. Expressões como “escrevo 'vai tomar no cu' no seu epitáfio” e “sou o anti-boy com o ódio quilométrico” reforçam o tom de afronta e sarcasmo. Imagens violentas e absurdas, como “arremesso da catapulta” e “jogando bomba dentro do seu trio elétrico”, servem para chocar, provocar e expor o lado sombrio da realidade urbana. O humor negro aparece também em passagens que misturam referências históricas e culturais, como “Esse é o dia 'D', como 7 de setembro / Só que em vez da espada eu vou levantar meu membro”, zombando de símbolos nacionais e subvertendo expectativas. Assim, a música usa o horror e o absurdo como metáforas para alienação, violência e crítica social, criando uma narrativa perturbadora e satírica, fiel ao espírito do horrorcore.