Samba Enredo 1972 - Ilu Ayê (Terra da Vida)

A Celebração da Herança Africana no Samba da Portela

A música "Samba Enredo 1972 - Ilu Ayê (Terra da Vida)" da escola de samba G.R.E.S. Portela é uma exaltação à cultura africana e sua influência indelével na identidade brasileira, especialmente no carnaval. Ilu Ayê, que significa 'Terra da Vida' em iorubá, é uma referência à África como berço da humanidade e origem dos povos negros trazidos ao Brasil durante o período da escravidão.

A letra da música retrata a jornada do povo negro, desde os tempos de canto na Nação Nagô, uma referência aos povos iorubás da África Ocidental, até o sofrimento vivido nas senzalas brasileiras, longe de sua terra natal. O 'tempo passou' simboliza a resiliência e a capacidade de adaptação do povo negro, que mesmo sob opressão, conseguiu preservar e reinventar sua cultura. No 'terreirão da Casa Grande', o negro 'diz tudo que pode dizer', utilizando o samba, o batuque, a reza, a dança e a capoeira como formas de expressão e resistência cultural.

O samba enredo culmina com uma celebração contemporânea da identidade negra, reconhecendo sua contribuição fundamental para a sociedade brasileira. 'Negro é terra, negro é vida' ressalta a importância da ancestralidade africana, enquanto 'desfilando na avenida' remete ao desfile de carnaval, onde a cultura negra é protagonista e 'dono do carnaval', enfatizando o papel central do povo negro na maior festa popular do Brasil.