Cantor
Rafael Castro
Eu sou cantor
Por vocação
E faço pôr o mundo dentro
Da canção.
Vou sempre estar
Onde houver
Alguém cansado de trabalho
Ou mulher.
Eu canto em festa de coreto
Pra gente que é bem falada,
Também pra gente já nem tanto assim
Em boite em beira de estrada,
Biboca, calçada,
Sarjeta.
Levo na voz
Pranto ou prazer
Pois canto aquilo que não se diz
Sem tremer.
E tem quem pague pra eu rasgar o peito,
E tem quem pague pra eu calar a boca
E aquele que não paga nada, não,
Que é o bom amigo que está longe, oi
Na estrada, lavoura,
Biboca, calçada,
Sarjeta.
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